18 de dezembro de 2010

É Natal...

     Há muito tempo sabe-se que o Natal tem origem pagã. Num esforço de converter pagãos, os líderes religiosos adotaram a festa que era celebrada pelos romanos, o "nascimento do deus sol invencível" (Natalis Invistis Solis), que comemorava o solstício de inverno e tentaram fazê-la parecer "cristã". Para os Romanos o dia 25 de dezembro era tido como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra  , o Sol da Virtude. A adoração a Mitra, divindade persa que se aliou ao sol para obter calor e luz em benefício das plantas, foi introduzida em Roma no último século antes de Cristo, tornando-se uma das festividades mais populares do Império.
      Segundo estudiosos, a data de 25 de dezembro não é a data real do nascimento de Jesus, que essa data foi adotada para que coincidisse com a festividade romana, pois A Biblia diz que os pastores estavam nos campos cuidando das ovelhas na noite em que  Jesus Cristo nasceu. Ora, o mês judaico  de Kislev , correspondente aproximadamente à segunda metade de novembro e primeira metade de dezembro no   calendário gregoriano era um mês frio e chuvoso. Portanto a afirmação contida na Biblia  de que havia pastores vivendo ao ar livre e mantendo vigias sobre os rebanhos à noite perto do local onde Jesus nasceu, seriam impossíveis para esse período em função do frio, logo Jesus não poderia ter nascido no dia em que o Natal é celebrado, e sim na primavera ou no verão, que corresponde aos meses de Março a Setembro. No mundo romano, além da comemoração do solstício de inverno, esse período também coincidia com a Saturnália,  festividade em honra ao deus Saturno, que era comemorada de 17 a 22 de dezembro; era um período de alegria e troca de presentes. Assim, em vez de proibir as festividades pagãs,os religiosos cristãos forneceu-lhes um novo significado, e uma linguagem cristã. Pouco a pouco o sentido cristão modelou e reinterpretou o Natal na forma e intenção.
     Eu adoro o Natal. É difícil entender como tem pessoas que não gostam ou que se sentem melancólicas nessa data, talvez o apelo da mídia em torno da religiosidade da data, traga certa tristeza para aqueles que não desfrutam de um clima familiar favorável a confraternização ou a obrigatoriedade de se sentir feliz ou não tenha um significado próprio para a data ou ainda que não tenha mais familiares por perto. O importante é lembrar que amigos é a família que nos permitimos escolher, então se não da para comemorar com os que têm nosso laço de sangue, que comemoremos com os quem temos laço de amor. Felizmente agrego essas duas vertentes familiares e por isso essa data é um período tão mágico e festivo, como é meu aniversário, é dia de festa. Somos uma família de ateus, embora nossos pais e agregados não o sejam, mas nunca houve conflito, mas respeito e amor. Então é um período que enlouqueço, compro, compro e compro, sou assumidamente consumista. Como os romanos e pagãos, essa data para mim significa tempo de presentear e ser presenteada. Adoro a expectativa de surpreender com meus presentes assim como de ser surpreendida. O prazer de ser presenteada só se compara ao prazer de presentear. Dar presente é uma arte e sei que neste sentido sou  PHD, sem modéstia mesmo. Os presentes não têm de ser caros, mas surpreendentes.  Não que tenhamos que esperar essa data para presentear, muito pelo contrario, em minha casa cultivamos o hábito de acarinhar uns aos outros com mimos fora de hora, isso inclui os amigos.
     Inicio de dezembro começa toda a agitação em torno do Natal, inicio do mês também é aniversário de alguém muito importante na minha vida e começa todo o clima de festividade ali. Saídas para comprar luzes natalinas, minha casa fica toda iluminada e me orgulho de saber que alguns vizinho já estão adotando esse desejo de diferenciar o mês dos outros. Cada detalhe é pensado com cuidado, afinal iremos receber as pessoas que são importantes em nossa vida. Pareço criança a espera do Papai Noel, doida que chegue o dia para ver o olhar e a reação daqueles a quem presenteio e fico na expectativa das surpresas que inevitavelmente sinto, diante da criatividade dos presentes que recebo, principalmente da pessoa que está ao meu lado que divide comigo a tantos anos esse mesmo prazer e devo confessar nunca me decepciono. Haverá quem condene ver essa data desta forma, gosto de pensar que me identifico e me sinto totalmente pagã. Pagã e tremendamente feliz. Afinal, não é isso que importa? A felicidade de cada um? Que o Natal tenha a cara e o desejo de cada pessoa individualmente e que se sinta feliz com a visão e comemoração que melhor lhe provier, só assim teremos um verdadeiro FELIZ NATAL.