30 de junho de 2011

Eu predadora




Quando saio, saio para fazer barulho. Ponho meu perfume, meu salto, meu gloss e saio para seduzir. Pronto falei. Adoro o olhar que vejo refletido no espelho. Predadora.
Adoro provocar. Minha diversão predileta é sair  e depois do pedido confessar que não estou usando nada por baixo do vestido curto. Amo seu olhar esperando minha cruzada de pernas. Adoro vê-lo engolir tudo às pressas e o sofrimento que gero por ir saboreando tudo vagarosamente. Ah! Seu desespero não tem preço, alimenta minha libido. De todas que sou essa é a que mais amo e cuido dela com esmero. Ser mãe faz parte de mim, mas só quero ser mãe para o Léo e a Iane. Ser mãe não diz quem sou. Acho lindo quem vive para a maternidade, mas isso é pouco para mim. O que gosto mesmo é me sentir Mulher assim mesmo com M maiúsculo. Sentir-me felina, sedutora, doida, vadia. Isso me define. Sei do poder que exerço e me desculpem a falta de modéstia, neste quesito modéstia seria só fingimento. Acabei de por meu perfume predileto, meu gloss, minha cinta liga, minha meia 7/8. Hoje ninguém me segura.

20 de junho de 2011

Um dia perfeito de chuva

Chove lá fora. Dia de preguiça. Primeiro momento: ficar embaixo dos lençóis, café da manhã na cama. A casa acorda.
Segundo momento: Chocolate quente, um bom livro, curtir os pingos que se projetam na janela. Terceiro momento: Tirar par ou impar para ver quem vai receber o almoço delivery. Quarto momento: Reunir a galera, assistir a um filme comendo pipoca.
O melhor momento do dia: Expulsar todos do quarto, bebericar um bom vinho, aquecer o corpo em outro corpo, brincadeiras impublicáveis em baixo e em cima dos lençóis. Um banho de banheira, mais vinho. Domingo dia perfeito para chuva chegar.

Abalo sísmico

Não sei viver em calmaria. Nada pode ficar parado por muito tempo, eu não deixo. Vida para mim é sinônimo de grande emoções. Para mim tudo tem que ser grande. Tristeza grande. Amor grande. Tesão grande. E se as coisas assim não forem invento. Sou capaz de fazer drama com sisco no olho. Adoro conflitos. Se o dia está calmo demais, sou capaz de sair dirigindo só para provocar outro motorista e colorir meu dia. Se não tenho porque sofrer, vou sofrer o sofrimento alheio. Pego emprestada a raiva do vizinho. Não consigo conceber a vida sem abalos sísmicos. Acho linda aquela linha dos eletrocardiogramas, afinal não é o gráfico da vida? Pois para eu viver é bem parecido com aquilo. Sou capaz de inventar uma briga só para fazer as pazes depois e explodir na cama. Quem quiser viver uma vida calma, não conte comigo. Não sofro de hipertensão para levar uma vida sem sal. Meus pensamentos não exigem calmaria.
Sou do tipo que penso mil coisas ao mesmo tempo e faço. Se só tiver uma coisa parar fazer adio,até encontrar mais e tudo ficar próximo ao caos e ai sim consigo executar. Tenho uma alma inquieta.

17 de junho de 2011

De Eduardo para Nani

"Eu amo tudo em você. Amo seus olhos, amo seu sorriso. 
Amo como você se lambuza de sorvete.
Amo te agarrar, te apertar, te beijar, te morder.
Amo como você me olha
Amo como você me pega de jeito.
Amo acordar ao seu lado, amo dormir de conchinha com você.
Amo, amo, amo, amo, amo, amar você todos os dias da minha vida"

Recebi de Eduardo a pouco tempo essas declaração de amor.E eu amo saber que ele ama me brindar com frases assim. Sei que ele gostaria de uma mulher perdigueira, aquela que Carpinejar declarou amar. Sei que adoraria uma mulher passional, que baba de ódio, que come reboco de parede, só porque o cara deu uma olhadinha pro lado. Não sei ser sombra,  não aprendi amar pondo o amor a prova. Não sei bisbilhotar carteira, não sei olhar o relógio para cobrar o  atraso como  tantas vezes fui cobrada por não fazer, não ligo se olha outras mulheres, o belo é para se ver. Hipocrisia seria dizer que não olho Apolos e Adônis que atravessam o meu caminho. 
Não sou carcereira e nem guardiã de amor. Sei que me querias ciumenta, mas ciúme não faz parte de mim. Teu lado racional tenta rejeitar tal afirmação e ai vem a cobrança "por que você me deixa tão solto"  e logo em seguida vem pedir colo.  Se ficar fique porque quer, nunca por imposição, a porta sempre estará aberta.  Adoro pensar que sou livre e que liberdade dou. A gente não é dono do amor.
Nunca pensei em amor como algo eterno, achava isso coisa de romances. O amor pode durar ou não. Sempre achei que nós dois seriamos por poucos anos e cá estamos juntos tantos anos depois.  No teatro como nos livros e filmes sabemos que uma boa historia, para ser boa mesmo tem que ter conflitos, encontros e desencontros, e que bom que depois de um desencontro  nossos pés sempre se encontram a noite debaixo dos lençois. Que nosso amor dure o nosso pra sempre. Que esse para sempre seja dias, meses, anos...ou enquanto amarmos dormirmos de conchinha.


8 de junho de 2011

Fim aos poetas silenciosos


     Amo poesias. Amo amores e dores bem escritas. O tempero da vida, de uma tarde de chuva, da calmaria que antecede a tempestade, isso é poesia. Quando compartilhada: uma decepção, uma alegria e um recomeço se tornam universais. Ao transmitir o que sente, o sentimento deixa de  pertencer a um e então vários seres se  identificam e se unem partilhando do mesmo verso unidos pelas letras do alfabeto e então somos um.
      Quem tem o dom da palavra não pode e nem deve mantê-la para si, tem a obrigação de fazer outros rirem e chorarem também. Que seja decretado o fim do poeta silencioso. O fim dos escritos esquecidos nos cadernos amarelados. Abaixo aos poetas que fazem poesia para si porque  se envergonham de sofrer publicamente.
      Precisamos compartilhar a decepção, a paixão, a calmaria, o caos, os sentimentos e as palavras, porque assim nos sentiremos mais humanos.   
     Uma colega de curso nos presenteou  com um texto que é pura poesia de Marina Colasanti intitulado : Eu sei, mas não devia. Imagina se ela tivesse escrito e não tivesse compartilhado com todos esse texto?  
   Poetas não se escondam. Deixe-me sorrir, chorar e amar com vocês.