18 de novembro de 2011

Você sabe que eu sei

Você sabe que eu sei e não ligo. Não ligo que isso não foi escrito para eu ler .
Se zangue se quiser, não me importo. Violei suas gavetas e li o que você escreveu a três anos atrás. Um poema. Um poema de amor que fala
de um tempo para você  perdido onde escrevia para mim e eu não lia,
 gravava  CDs que eu não ouvia 
que procurava por mim em cada rosto, cada esquina, em cada olhar.   
Que no Saara dos meus sentimentos, enlouquecia de sede do meu afeto.   
Quis se vingar de mim e gritava seu amor para quem podia ouvir e quem podia   
era coisa, objeto tão diferente de mim   
Como a noite e o dia, ouro e alumínio, o raro e o absurdamente comum  
que não dava para confundir. 
Já que deixar de me amar não podia,  
podia ao menos se rebelar.
Que forjou sentimentos e se tornou cínico na ânsia de se vingar. 
Que percebeu o quanto me amava, quando se viu   
fazendo e dizendo coisas em que não acreditava 
Só para chamar minha atenção, mas nada adiantou                                                                               
Porque sua vingança não ardia em mim.  
Que por pirraça, raiva, descontentamento  
continuava a gritar seu amor 
Aos muros, nas ruas, aos becos  
Mas que as palavras só ganhavam sentido  
Quando a noite junto a mim dormia de conchinha e murmurava ao  meu ouvido o que gritava ao vento.

E assim  o encerrou. Este poema me arrebatou,  me surpreendeu,  me deixou sem ar. Você sabe que eu sei que você vai me perdoar por invadir tua alma. Te dou um conselho: pare de brigar com você, teu amor por mim é caso perdido, é tarde demais para isso. Não tem cura, estou em você como uma tatuagem. E sabe por que eu sei? Porque amor,  não há no mundo ninguém como eu. Você ama a minha loucura, minha insensatez, minha forma esquisita de amar. Antes mesmo de chegar ao fim do poema estava completamente apaixonada por você.