30 de março de 2011

Surto

 
 
  Arranhei o carro do meu filho porque estava estacionado atrás do meu. Prendam-me jogue-me  na cela mais escura e distante da civilização, eu mereço. Surtos. Em um momento estou doce como mel e no minuto seguinte, se qualquer coisa estiver fora de ordem, fora da minha ordem, surto. Sou um perigo ambulante. Só pensava que alguém esta me impedindo de fazer o que quero agora! Já! Voltei para dentro da segurança do meu quarto e tomei um ansiolítico. Se eu fui capaz de tamanha atrocidade com uma das pessoas que mais amo imagine o que eu não faria com aquele vizinho chato? Não arrisquei, não quero sair em paginas policiais. Aliás, não desejo sair em coluna nenhuma. 
     Passada a onda de fúria, mais calma fui confessar o meu crime. Ele apenas sorriu. Ai, como é bom saber que alguém te conhece bem. Ele soube, ele sabe que não fui eu, foi à viciada que habita agora em mim. Meus sentimentos nesse instante é um misto de   tristeza e fúria. E me pergunto a cada instante: Cadê eu?

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