13 de abril de 2011

Nossas escolhas


     Não lembro exatamente o dia que comecei, mas parei. Parei de me importar com as horas do dia e voltei quase à normalidade. Às vezes ainda sinto-me irritada, mas mulher é formada por um amontoado de hormônio que remexe tudo por dentro e muitas vezes me sinto um liquidificador. Atualmente uso somente um adesivo de baixo teor de nicotina que segura minha onda. São tão poucas as manifestações da abstinência que muita vezes nem lembro que já fumei. Pretensão dizer isso tão cedo, mas é o que sinto.
     Hoje fui me pesar e emagreci. Isso mesmo perdi peso. Essa coisa de que parar de fumar engorda é papo, comigo ocorreu o contrário.  Perdi 400 gramas. Acho que  pensar que vai engordar é uma maneira de sabotar a tentativa ou desistir antes de começar. Eu nunca tinha pensado muito no assunto, engordar ou não nunca foi a questão.
     Bom hábitos alimentares sempre tive e os mantive, em momentos de ansiedade fui para os braços das minhas amadas pitombas e M&M's foi um amante passageiro. Confesso que surtei algumas vezes e ataquei as bolachas e pipocas de outros, porque eu nunca as compro.  Bebi muita água e olha que eu não sou fã dessa bebida sem graça e sem cor, mas estranhamente a água me cortava a ansiedade. Bebia sempre na boca das garrafas de água mineral ou em squeeze, de outro jeito não me interessava. Freud explica. Eu é que não vou explicar e nem tentar.
      Ando a mil como sempre andei, funciono maravilhosamente sobre pressão, mais até que em momentos de calmaria. Adoro adrenalina, a loucura que se apossa de mim quando penso que tenho várias coisas a fazer e o tempo é curto.  Tão curto que escrevo pouco.
     Minha fórmula para parar de fumar foi descobrir o porquê de eu fazer isso. Cada um tem a sua, mas se posso dizer algo sobre isso é: Resolva a questão do porque fuma e parar ficará mais fácil.
     Não tente porque alguém diz que é preciso. Não faça por ninguém, faça por si. Quando entender o verdadeiro motivo que o(a) leva a correr para os braços da nicotina o caminho fica mais fácil. Ela é tentadora, ela é sedutora, é deliciosa, mais dispensável e substituível, como quase todos casos de amor fugaz. E no fim deste caso de amor dependente,  você pode escolher se  vai sofrer para sempre, se vai substituir por outro, se vai curtir o passado lembrando do início onde tudo parecia legal, antes da total dependência que acaba levando o prazer embora e se vai  engordar por esse amor rompido ou não.  Todos os caminhos são escolhas nossas.

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